OCUPAMOS A REITORIA

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CHEGA...

Cansados de uma constante omissão por parte do reitor a acatar as reivindicações propostas pelos estudantes, o previsto foi de fato realizado. Ocupamos

 Decorrente uma serie de problemas que presenciamos diariamente em nossa universidade nos mobilizamos. Fomos chamados de baderneiros, arruaceiros e diversos outros adjetivos a que não se enquadraram ao real objetivo da manifestação. Sabemos que a educação no Brasil já é defeituosa, um corte a mais no setor torna cada vez mais precário um direito civil previsto em constituição, a educação. Afetados pelo corte de verbas em nossas universidades marchamos por um bem comum, marchamos por uma educação de qualidade.

Pedimos um canal de ligação com o Governo Estadual já que a reitoria se exime da responsabilidade de acatar nossas reivindicações.

Às 13:00 nos reunimos em frente ao DCE, ponto de partida da manifestação, cerca de 600 estudantes estavam presentes com faixas, cartazes e tambores, guiados por palavras de ordem que evidenciavam as falhas da universidade onde as frases resumiam a indagação acumulada em nossas gargantas onde não tínhamos outra saída a não ser gritar.

Seguimos sentido à biblioteca onde subimos contra o fluxo do transito pela rua Lauro Werneck sentido à Av. Colombo. Carros desviando, pedestres curiosos olhares atentos a demonstração plena de cidadania.

Às 14:30 bloqueamos a Colombo, a presença da policia não coagiu nossa manifestação, não houve repressão, onde  de forma pacífica fomos guiados por funcionários do SETRAN que ajudaram a garantir nossa integridade física. Marchamos sentido a reitoria.

às  14:40 estávamos frente a frente com o reitor onde começaram as ladainhas. O reitor nos recebeu na frente da reitoria onde o tamanho da manifestação causou um certo espanto, teve que aguardar o silencio de estudantes cansados de ouvir NÃO por parte da reitoria para poder se manifestar. Como já era previsto, chegou com o mesmo discurso do ultimo ato. Ou seja, argumentou a falta de verba do governo estadual e federal para gestar a universidade sendo assim não acatou as nossas reivindicações . Reconheceu que nossa manifestação era legitima, porem se retirou do local se recusando a ouvir o que de fato constava no documento, após muita gritaria o reitor retornou ao local e foi lido o documento onde os manifestantes não acataram às decisões.

No documento consta os seguintes itens:

Respostas da reitoria relativamente à alimentação:

1 - Contratação de funcionários: "foram contratados 3 servidores este ano e foi encaminhado documento solicitando contratação de 6 funcionários"

Foram afastados 2 funcionários e outros estão com atestado. Quanto às novas contratações, se arrastam há tempos e parecem estar fadadas a ficarem no papel.

2 - Política de isenção de taxas no RU: "a proposta será gestada pelo grupo de trabalho para a assistência estudantil"

Esta comissão não dialoga de forma adequada com o setor da representatividade estudantil (DCE). O fato é que inexiste na UEM uma política séria de assistência estudantil, não havendo sequer uma pesquisa socio-econômica dos estudantes.\

3 - Opção vegetariana: entendida pela reitoria como "oferta de opção paralela de alimentação também com proteína vegetal, duas vezes por semana". Dizem que "estão sendo adquiridos equipamentos para melhorar a produtividade e as condições de trabalho, visando oferecer de modo regular esta nova opção de cardápio".

Não é preciso dizer que os vegetarianos não comem só duas vezes por semana. O cardápio deveria ser reformulado de maneira mais consistente, não apenas para substituir a carne, mas para incluir complemento para todos.

4 - Construção do RU-II: proposta do "anexo ao RU-I, ampliando a área hoje existente".

Um "puxadinho" não resolverá a questão. Trata-se de um retrocesso em relação ao projeto do RU-II, que amarelou e pelo visto morreu nas gavetas da UEM.

5 - RU nas extensões: dizem que existe um "modelo de edital para licitar fornecimento de alimentação nos mesmos".

Tal projeto se arrasta desde sempre. Além disso, o espaço não deveria ser privatizado.

Quanto ao financiamento das entidades estudantis: a reitoria debaterá o assunto no CAD e no COU.

No CAD, mandam os professores, não há representação de fato dos estudantes. Simplesmente é imperativo que o financiamento do movimento estudantil seja garantido.

Após a leitura o documento em voz alta foi realizado uma assembléia com todos os estudantes presentes na manifestação, onde por meio de votação deliberamos a ocupação imediata da reitoria. A porta estava trancada onde aproximadamente 4 vigilantes e um policial militar sem identificação fizeram um cordão de isolamento. Os estudantes pediram a abertura da porta mas não fomos atendidos, sendo assim, criou – se uma situação truculenta. Houve excesso por parte da vigilância que fez o uso de arma branca (taser de contato) onde infelizmente atingiu um dos nossos colegas de manifestação causando hematoma na mão outro na barriga.

15:30 – Com a pressão por parte dos vigilantes na entrada principal evitamos um conflito direto com os funcionários, e alguns de nós colaram cartazes por todo prédio. Com a maioria dos seguranças situados em um mesmo lugar, a entrada lateral do COU ( Conselho Universitário) estava livre para nosso acesso.Entramos a forca pela porta ao entrar na sala de re uniões do COU havia mais uma porta (de madeira) a qual também foi arrombada. Assim entramos.

O prédio foi tomado por centenas de estudantes, o suor de nossos corpos servia como combustível de uma maquina democrática que estava prestes a tomar o quartel general de um exercito neoliberal, onde o general se encurralou em seu escritório e não tinha outra saída a não ser reconhecer a derrota e desocupar o local. Mas isso não se deu de forma rápida. Uma porta de vidro no piso superior conteve a angústia de nós estudantes, partindo da perspectiva de não depredar o patrimônio publico entramos em acordo com os representantes do reitor para que fosse realizado uma saída pacifica e sem contato dos funcionários presentes no local.

Às 16:30 após muita negociação conseguimos ultrapassar a porta de vidro, mas sem sucesso. O reitor encontrava em seu escritório mas recusava a retirar – se sem antes dialogar com os representantes da manifestações.

Às 17:10 dois representantes da manifestação foram recebidos na sala do reitor onde foi pedido que no dia 26/08 os manifestantes permitissem a entrada de dois funcionários para coletar processos que venceriam prazos.

Foi a condição para que os funcionários e o reitor se retirassem do recinto.

17:20 Saída do Reitor.

Às 17:30 inicia – se a Assembléia para deliberar comissões organizacionais que direcionaram os trabalhos.

19:00 Fim da Assembléia.

22:30 – Abertura Assembléia Geral deliberando a carta de reivindicações que será direcionada ao Governo Estadual e informes das comissões organizadoras.

Encerramos as atividades do primeiro dia de
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