Beto mãos de tesoura

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CHEGA DE RICHA COM A EDUCAÇÃO...

domingo, 28 de agosto de 2011

Ocupação da reitoria, Resistência 3º dia - UEM



Entrevista para o Projeto Tereza

Repórter – Boa tarde. Este é o aluno Celso, do curso de Ciências Sociais e ele vai explicar um pouquinho pra gente sobre o protesto que está ocorrendo na UEM.

Celso – Bom, boa tarde. Bem, a gente vem desde o começo do ano entregando uma série de reivindicações, cartas de reivindicações pro reitor, viemos fazendo reuniões com a reitoria, abaixo-assinados, diversas maneiras, diversos modos de negociação foram tentados até que a gente chegasse nesta situação extrema de ocupação da reitoria. A gente ocupou a reitoria com o objetivo de chamar a atenção de toda a sociedade e, principalmente, do governo para a precarização da Universidade, tá certo? A gente vem sofrendo com uma série de problemas, principalmente com falta de professores, falta de funcionários, falta de salas de aula equipadas, falta de laboratórios, problemas com o RU... No RU faltam 4 funcionários pelo menos, hoje em dia eles servem 3.000 refeicões diárias, eles tem capacidade de servir 1.500 refeições. Ou seja, os trabalhadores trabalham dobrado, trabalham duas vezes mais do que eles poderiam trabalhar. Então a intenção é chamar a atenção do governo para o corte de verbas: o governo estadual cortou 15% da secretaria de educação e o governo Dilma cortou 3,1bi para a educação também. Então é contra estes cortes de verbas. A gente quer relacionar os problemas pontuais que a gente tem aqui como falta de professor, falta de funcionários e falta de equipamentos com o corte de verba estadual e federal que o governo vem fazendo com a nossa Universidade, aliás, com todas as Universidades do país.

Repórter – E, até agora, qual a posição do governo em relação a isso, quais são as respostas que vocês obtiveram?

Celso – Bom, de ontem pra hoje a situação já mudou bastante. Ontem a gente teve uma proposta que na verdade não era uma proposta, era o simples pedido pra gente sair da reitoria, que após a gente sair as negociações começariam. Hoje, a chefe de gabinete, a Magda, veio conversar com a gente em nome do reitor e em nome do Secretário de Educação. O Secretário de Educação está pedindo uma reunião com a gente em Curitiba segunda-feira, pra que se abra o processo de negociação. E nessa vez em que eles vieram aqui hoje, eles já não pediram pra desocupar o prédio, mas eles não pediram não é porque eles não querem que a gente desocupe, é porque a gente vem recebendo apoio de sindicatos, apoio de professores, apoio de funcionários e apoio da comunidade em geral. A população vem abraçando, a população está entendendo que a gente está lutando aqui pela educação, pelo futuro dos filhos dos trabalhadores, do futuro do país, né? Que a educação todo mundo diz que é o futuro do país, é por isso que a gente está lutando aqui.

Repórter – Certo. E há quantos dias vocês estão aqui, pretendem ficar até quando, como que tá?

Celso – Bom, a gente ocupou a reitoria na quinta-feira por volta das 4h da tarde. Nós só saímos daqui com as nossas reivindicações atendidas, ou com pelo menos as principais reivindicações atendidas, que seria o repasse de verba para a Universidade, ou seja, cancelar o corte de verbas que eles aplicaram. Só no final do ano passado, foram cortados 38% da verba de custeio da UEM. 38% da verba de custeio, isto é um absurdo.

Repórter – E em relação a estas outras Universidades que você falou que foram ocupadas também, você tem alguma coisa pra dizer à gente?

Celso – Bom, nós estamos entrando em contato com todos os Diretórios Centrais dos Estudantes que representam cada Universidade pontualmente, e a nossa intenção é que a gente construa um movimento nacional, tá certo? Construindo pelo menos uma carta em conjunto com as reitorias ocupadas, com todos os movimentos estudantis que estão organizados pra gente fazer talvez um dia de mobilização, a gente não sabe ainda, mas tentar articular uma mobilização nacional, porque a gente vê que existem, hoje, 51 Universidades paradas de alguma maneira, seja paralisação de estudantes, de funcionários ou paralisação de professores. Isso demonstra que a precarização da Universidade é nacional, e não apenas pontual aqui em Maringá. Então é dever do movimento estudantil tentar se articular nacionalmente pra que as nossas lutas dêem certo.

Repórter – Ok, acho que é isso. Obrigada.

Um comentário:

  1. Ex- Estudante da Uem29 de agosto de 2011 às 19:38

    Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio.
    Mahatma Gandhi

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