Beto mãos de tesoura

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CHEGA DE RICHA COM A EDUCAÇÃO...

domingo, 28 de agosto de 2011

Moção de apoio de professor

Sou professor do Depto. de Eng. Mecânica da UEM (DEM) e já ouvi
falarem de tudo sobre a ocupação da reitoria da instituição.
No entanto, depois de muito ler sobre o assunto, acredito nas boas
intenções do movimento e o apoio, apesar de achar que nem todas as
suas reinvidicações deveriam ser cobradas do reitor, ou mesmo do
governo do estado.
Eu sempre disse a meus alunos que se eles não se mobilizassem, não
conseguiríamos nunca conquistar aquilo que queremos e precisamos para
o nosso departamento, mas eu percebo que há um receio grande da
maioria deles em se envolver com atitudes como as que vi vocês
tomarem. Não os culpo, nem mesmo os critico, e acredito que estar
vivenciando esse tipo de mobilização dentro da instituição pode mudar
um bocado a convicção de alguns a respeito de como eles podem exercer
um papel importante no desenvolvimento e na história do DEM.
Como parte integrante da academia, aproveito para dar minha
contribuição ao movimento, pedindo para que vocês defendam os
interesses dos cursos criados na instituição a partir do ano de 2000,
que é o nosso caso. Apesar de estarmos formando profissionais de
engenharia desde então, e ter um projeto político pedagógico  (PPP)
aprovado por duas vezes nesses últimos 11 anos (o mais novo PPP é de
2007), não conseguimos completar nenhuma das metas traçadas para os
primeiros 5 anos do curso. Dos 16 professores previstos, só há 6
professores efetivos contratados; não há nenhum técnico de laboratório
(solicitamos 3 no nosso PPP), nem engenheiro (1 previsto no PPP), nem
todos os laboratórios necessários para o ensino de graduação. Aliás,
hoje não há nem espaço físico para a instalação de novos laboratórios.
Especialmente no que diz respeito a distribuição de vagas para a
contratação de professores ou de recursos financeiros para a compra de
equipamentos, o nosso centro (CTC) sempre privilegiou os departamentos
antigos, em detrimento dos mais novos. Não é estranho que os novos
cursos hospedados no CTC tenham sido alvo de uma disputa entre esses
departamentos, que se aproveitam disso principalmente para aumentarem
o seu quadro de docentes. Portanto, mesmo que o governo do estado se
disponha a liberar mais vagas para a contratação de professores e
técnicos, seria fundamental que essa liberação seja feita nominalmente
aos departamentos ao invés de, como tem sido feito corriqueiramente,
as vagas serem repassadas ao CAD, que as divide sem critério algum
para os centros, que em seguida decidide, também sem nenhum critério,
como essas vagas serão distribuídas aos cursos/departamentos em
reuniões onde a grande maioria dos votos é de representantes dos
departamentos mais velhos do centro. Os departamentos mais jovens, ou
mesmo os cursos que ainda não tem departamento próprio, quase nunca
conseguem fazer com que suas propostas sejam vencedoras nas reuniões
colegiadas.
É assim que se explica um curso como o nosso, com 11 anos de idade,
não ter sequer o número mínimo de professores necessários para o bom
funcionamento das atividades de graduação (há 2 concursos abertos
atualmente para a contratação de 2 professores efetivos e mais 2
professores que passaram em concurso público realizado ano passado e
no início deste ano, ainda esperam ser convocados para assumirem suas
funções).
Certamente não somos o único departamento nessa situação. Os cursos
dos campi de Umuarama, Cianorte e Cidade Gaúcha, certamente tem as
mesmas demandas não atendidas, assim como os cursos de engenharia mais
novos do campus sede.
Infelizmente, o que vi nos 10 anos em que professo aqui, é que os
diretores de centro (pelo menos os do CTC) agiram e agem como se
fossem chefes de seus departamentos mais do que como verdadeiros
gerenciadores dos interesses do centro.
Minha sugestão, portanto, é que vocês consultem as demandas de cada
novo curso criado pela instituição nos últimos 11 anos e façam um
levantamento das reais necessidades da instiuição para com eles. Não
que os departamentos antigos não tenham que ser contemplados também.
Afinal de contas, sempre que se cria um cuso de engenharia, por
exemplo, cresce a demanda por professores dos centros que lecionam
disciplinas para o núcleo básico desses cursos (Matemática, Física,
Química, etc), que também tem que ser atendida, mas entendo que a
urgência é muito maior para os cursos/departamentos que ainda não se
consolidaram, o que definitivamente não é o caso dos cursos
anteriormente citados.
Espero ter me feito entender e me ponho a disposição para quaisquer
esclarecimentos que se fizerem necessários.

Em um ambiente democrático é saudável que existam pontos de vista
diferentes sobre como discutir ou enfrentar os problemas comuns.
Portanto, as opiniões aqui tratadas são pessoais e dizem respeito
unicamente ao meu ponto de vista sobre toda a situação, o que pode não
ser o mesmo pensamento dos demais colegas do centro e até do DEM.



Com os melhores cumprimentos,

Prof. Dr. Cleber Santiago Alves

2 comentários:

  1. Sou acadêmico de Engenharia de Produção. Essa moção do professor de Eng. Mecânica contempla muitas das necessidades do meu curso, as necessidades são idênticas, assim como de outros cursos criados na mesma época.
    Falando com alguns professores do meu curso, eles apóiam o movimento e logo já começam a falar das muitas necessidades e precariedades do curso.
    Espero que o professor leia este comentário, pois o Diretor do Centro de Tecnologia (Mauro), depois que tínhamos ocupado a reitoria, e o reitor ainda estava lá dentro, o Mauro apareceu lá na porta em que estávamos controlando, falando quem ele era e tal, e que queria falar com o reitor, simplesmente mandamos ele ligar no celular do reitor.

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