Beto mãos de tesoura

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CHEGA DE RICHA COM A EDUCAÇÃO...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Moção de apoio do prof. Fábio Viana (DCS)



Porque apoio o movimento que culminou na ocupação da Reitoria da UEM.


É bem possível que a maior parte da população não tenha idéia da gravidade dos problemas que a envolvem a universidade. Problemas estruturais e profundos, que parecem estar alterando a própria idéia de universidade como lugar de produção de conhecimento; e que são problemas de todo o sistema universitário brasileiro. No caso particular da UEM existem, além desses problemas, e em boa medida provocados por eles, coisas como as que constam da lista de reivindicações apresentada pelos estudantes.

Professores colaboradores – que na UEM já são mais de 300 – viraram "meio de vida" em muitos departamentos. Em parte por conta de que a contratação de professores permanentes depende de autorização do governo do Estado, mas também em parte porque os professores dos próprios departamentos encontram vantagens nessa situação. Além disso, problemas de falta de espaço físico, provocados por uma "política expansionista" que não prevê condições mínimas de funcionamento de cursos que vão sendo criados ao sabor das oportunidades. Políticas expansionistas que são, a longo prazo, muito interessantes para a UEM, que se legitima em Maringá e na região (que passam a depender da universidade em termos de muitas coisas: professores, funcionários e alunos que, em número cada vez maior, contribuirão com o comércio local; mercado imobiliário, projetos e "parcerias" com prefeituras, etc). A curto prazo, nem tanto... Os cursos recém criados se ressentem da falta de estrutura, de professores, etc. Os próprios professores se ressentem de sobrecarga em função do acúmulo de atividades.

Nesse processo, o RU é o menor dos problemas; ainda que também o seja. Aliás, mais ainda para os que estudam nos outros campi, cuja existência beira o abandono.

Curiosamente, as causas do quadro atual não parecem estar diretamente relacionadas a um problema de falta de recursos, no sentido de baixos salários dos professores ou mesmo, e nos últimos anos, para a universidade. Em 16 anos de UEM, nunca vi tantos blocos sendo construídos, equipamentos novos, reformas de coisas que não necessitavam serem reformadas (por exemplo, algumas das muitas passarelas do campus sede...), etc. Ao que tudo indica, um problema que diz respeito à racionalização no uso desses recursos; capaz de priorizar pontos como os que constam das lista de reivindicações dos estudantes que neste momento acupam a reitoria da UEM. Aquilo que numa instituição de ensino pública, numa única palavra, significaria um efetivo compromisso com a população que contribui para o seu funcionamento.

Prof. Fábio Viana – DCS/UEM

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